Estiagem e geadas provocam queda de 21% na safra de grãos do Paraná


  

A geada registrada em 3 de junho, no Paraná, agravou a quebra de produção de grãos. A redução na produção já era prevista em função da estiagem do fim do ano passado e, depois, retornou em março e abril deste ano. Com esses fatores climáticos, a safra de grãos de verão e inverno 2008/09 deverá atingir 25,3 milhões de toneladas, queda de 21% em relação à safra anterior, que foi recorde e alcançou volume de 32 milhões de toneladas.

O levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento foi divulgado na tarde desta sexta-feira (26). A geada prejudicou principalmente o milho da segunda safra, que totaliza quebra de 27,6%, considerando os prejuízos com a estiagem e depois com a queda drástica nas temperaturas.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, embora as geadas tenham contribuído para aumentar as perdas já ocorridas antes, o fator determinante das perdas para os grãos de verão foi a falta de chuvas.

A previsão inicial do Deral apontava para colheita de 6,3 milhões de toneladas para o milho da segunda safra, sendo que atualmente a previsão é colher 4,5 milhões de toneladas. Conforme o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, ainda existem áreas suscetíveis a geadas. Trata-se de aproximadamente 700 mil hectares, nas regiões de Campo Mourão, Cascavel, Maringá e Toledo, que detém 67% da área e 75% da produção total estimada.

Segundo Simioni, as regiões menos afetadas pelas geadas foram Toledo e Maringá e as mais afetadas foram Campo Mourão, Francisco Beltrão e Londrina.

CULTURAS – O feijão da segunda safra apresenta quebra de produção de 22,2%, principalmente pela falta de chuvas e não pelas geadas, explicou o diretor do Deral. “Quando caíram as temperaturas no Estado a safra de feijão estava praticada colhida no Estado”, explicou. Na segunda safra de feijão, foram colhidas 349,6 mil toneladas, redução de quase 100 mil toneladas em relação à estimativa inicial, que previa colheita de 449,1 mil toneladas.

Já a cultura do trigo, beneficiada pela queda de temperatura do início do mês, apresenta pequeno crescimento na área plantada inicialmente prevista, que era de 1,1 milhão de hectares, para 1,2 milhão de hectares. O plantio encerra-se na segunda quinzena de julho e a produção prevista é de 3,2 milhões de toneladas, volume estável em relação ao ano passado. “Além da boa produção de trigo que está sendo esperada, o mercado internacional também acena com boa recuperação nos preços de comercialização”, disse o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Deral.

Para Simioni, embora o quadro de perdas esteja configurado em função de eventos climáticos não controlados, ele acredita que o momento mais difícil para a agricultura já passou. Destacou que houve boa recuperação principalmente para as lavouras de trigo nos meses de maio e junho com chuvas bem distribuídas em todas as regiões do Estado.

Fonte: Agência Estadual de Notícias






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