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Será realizado nesta sexta-feira (1º de julho), em Santa Isabel do Ivaí, o 6º Encontro de Produtores de Abacaxi do Paraná. Na programação constam palestras sobre experiências já desenvolvidas na fruticultura estadual, entraves da comercialização do produto, debates e apresentação de alternativas para ampliar o cultivo do abacaxi no estado. O encontro é promovido pela Emater Paraná, em parceria com o Iapar, Ceasa Paraná, sistema Faep, Sindicato Rural, Cooperativa Agroindustrial do Noroeste Paranaense – Copagra, Sicredi e Banco do Brasil.
O Governo do Paraná, por meio de um grupo de trabalho técnico coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, estabeleceu três grandes projetos para a região Noroeste do Estado para o agronegócio: carne, leite e frutas tropicais. “A fruticultura é um dos setores de grande importância no agronegócio brasileiro. Temos uma grande variedade de culturas, praticamente em todo o país, e em diversos climas”, diz Natalino Avance de Souza, diretor presidente da Ceasa Paraná, que integra o corpo técnico para o desenvolvimento de projetos e ações para o setor no Estado. “Nosso potencial é muito grande, e isso pode gerar muitas oportunidades para todo o setor”, afirma.
Escoamento - O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, ficando atrás apenas da China e Índia. “Podemos expandir ainda mais essa alternativa de produção também no Estado. Mas, para isso, é preciso que melhoremos sempre que possível os vários segmentos da nossa cadeia produtiva. As Ceasas do Paraná são importantes elos para o escoamento interno das safras, além de promover o intercâmbio da nossa produção com outros grandes centros do país”, afirma Natalino.
Segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE (LSPA, 2015), no último ano, o Brasil teve uma área média plantada de 65.176 hectares de abacaxi, com uma produção estimada de 1.752.858 mil frutos. A Região Nordeste é a maior produtora de abacaxi do País - 23.151 hectares, respondendo por 37,1% do total da área a ser colhida no Brasil. No momento o Pará é o principal produtor nacional: 11.303 hectares e com uma produção estimada em 353.721 mil frutos. A maior produtividade (quilos por hectare) é a do Rio Grande do Norte. Isso, devido o uso do sistema de irrigação em grande parte do cultivo da lavoura.
Produção e Comercialização - O Paraná não tem tradição na produção de abacaxi, que se restringe ao Norte e Noroeste. Segundo dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, são produzidos no Estado cerca 11 mil toneladas de abacaxi, principalmente das variedades Pérola e Havai. Desse volume, somente 1.755 mil toneladas passam pelas cinco unidades da Ceasa – Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu. Outras 35 mil toneladas que passaram pelos atacados das Ceasas no último ano vieram de Minas Gerais, São Paulo, Paraíba e, em determinadas épocas, dos estados de Tocantins e Pará.
“Temos ainda alguns empecilhos que podem ser superados tanto no aspecto da produção, como também na comercialização do abacaxi. Estamos trabalhando para identificar esses pontos e buscar alternativas para melhorar essa cadeia produtiva”, diz o presidente da Ceasa Paraná.
Estrangulamento - Na avaliação dos permissionários consultados na Ceasa Curitiba, junto as empresas Casa do Abacaxi, Miray, e Rei do Abacaxi, existem fatores de estrangulamento na oferta estadual, a qualidade inferior e a menor quantidade na produção paranaense em relação aos outros centros, que abastecem o mercado com abacaxi o ano todo. “Muitas vezes o nosso comerciante prefere manter fidelidade com um fornecedor fixo, mesmo que seja de outro Estado, que lhe garante, dessa forma a boa oferta do produto”, explica Natalino.
A necessidade de aumento da produção do abacaxi paranaense também foi apontada pelos permissionários da Ceasa, e seria uma boa alternativa inclusive para funcionar como complemento de outras regiões do país no período de verão, quando a demanda do produto é maior, e os preços se tornam mais competitivos. “Precisamos aprimorar o processo do sistema produtivo do abacaxi. O cultivo do abacaxi possibilita um retorno econômico ao agricultor em curto espaço de tempo, principalmente se ele for feito de acordo com as técnicas desenvolvidas e testadas pelas instituições de pesquisa. Nossa intenção é promover também visitas técnicas dos nossos permissionários junto as áreas de produção do nosso Estado, para conhecer os sistemas e formas de desenvolvimento da abacaxicultura. Isso ajudará também a aproximar agricultores e comerciantes”, afirma o presidente da Ceasa Paraná.
Curiosidades - O abacaxi (Ananas comosus) é de origem sul-americana e foi oferecido aos primeiros colonizadores como gesto de hospitalidade e boas vindas. O nome da fruta tem origem indígena, “inaka ti”, que significa “fruta cheirosa”. É a fruta tropical mais famosa do mundo.
O abacaxi é utilizado não só para o consumo in natura. Na industrialização ele pode ser consumido em várias formas, como pedaços em calda, cristalizados, geleias, licor, vinho, vinha e aguardente. No subproduto desse processo industrial pode-se ainda obter álcool, ácidos cítricos, málico e ascórbico, além da produção de fibras com fins ornamentais. Entre as curiosidades da utilização do abacaxi estão a produção de ração para animais e a bromelina. A bromelina é uma substância de alto valor medicinal, pois trata-se de uma enzima utilizada como digestivo e anti-inflamatório. Na culinária, o suco de abacaxi é utilizado para o amaciamento de carnes. Os frutos do abacaxi são ótimas fontes de cálcio, e das vitaminas A, B e C.
Fonte: Agência Estadual de Notícias