Vacinação contra a gripe para idosos começa neste sábado

“O objetivo é a prevenção não só da gripe, mas também de outras doenças respiratórias”, explica o secretário da Saúde, Gilberto Martin, que também é médico geriatra.

Segundo o secretário, nos últimos dois anos o Paraná registrou bons índices de cobertura vacinal. Com percentual de 89%, superou a meta de 80% estipulada pelo Ministério da Saúde. Entretanto, ainda há resistência à imunização. É o caso da aposentada Natividade Pereira Fracheta (64), residente em Arapongas. “Eu nunca tomei a vacina, tenho medo porque uma vez uma vizinha ficou doente, teve febre alta” relata. Sobre isso, a chefe da divisão de vigilância em doenças transmissíveis, Nilce Haida, esclarece que não há motivos para a preocupação porque a vacina é um vírus fragmentado e, portanto, pode coincidir com manifestação de outras doenças. “Se ocorrer a manifestação de algum sintoma é necessário procurar um médico”, esclarece.

“Antes de tomar a vacina todo o ano eu ficava doente. Agora, com 69 anos, nunca mais precisei tomar remédios para gripe”, destaca a aposentada Isaltina Fenili Bett, de Paranavaí. O construtor Ivo Rezende Terras (64) também aderiu à vacinação. “Logo que completei 60 anos iniciei e nunca parei de tomar a vacina. Não vejo nenhum problema em vacinar, é algo necessário, principalmente para nós que já temos uma certa idade. É bom prevenir”, ressalta.

As 22 regionais de Saúde do Estado já iniciaram a divulgação da campanha. O diretor da 7ª Regional de Pato Branco, Valmir Dalacosta, ressaltou que nesta semana, durante as conferências municipais do idoso, o assunto foi mencionado no Sudoeste. Segundo ele, o município de Palmas é um município que requer atenção. “Além de possuir um grande número populacional dessa faixa etária, também é uma região que registra muito frio e ventos fortes, fatores que facilitam o surgimento de problemas respiratórios”, avalia.

Dos 15 municípios da 7ª Regional, Palmas é o 2º em população acima de 60 anos, são 2.584 pessoas, ficando atrás apenas de Pato Branco que possui 5.188 idosos.

Michelle Olivetto, enfermeira responsável pela saúde do adulto e do idoso em Palmas, disse que no início o município teve dificuldades para convencer algumas pessoas que demonstravam receio a vacina. “Por isso, em anos anteriores realizamos, junto com a equipe de saúde da família, um cronograma de vacinação que incluía a vacina de casa em casa, buscando esclarecer que a vacina tem a função de protege-los” comenta.

O casal Dozolina (76) e Adelino Bevilacqua (82), residentes em Palmas há 30 anos, são bons exemplos de idosos que se preocupam com a saúde. Eles receberam a vacina nesta terça-feira (22). “Todos os anos tomamos a vacina, não sentimos nenhum sintoma. Eu sempre falo para os idosos que tem que se prevenir e tomar a vacina todos os anos” diz Dozolina.

A previsão da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que nas próximas duas décadas o Brasil será o 6º país no mundo em população idosa. “Uma população que apresenta maior risco de adoecer, inclusive, em decorrência de patologias imunopreveníveis”, argumenta Martin. Segundo dados do Ministério de Saúde, entre 2001 e 2005 as doenças do aparelho respiratório representaram a 3ª causa de óbito nos maiores de 60 anos. Sendo que durante 2007 ocorreram 70.531 óbitos (dados preliminares).

No ano anterior, a meta preconizada não foi atingida em 186 municípios brasileiros. A cobertura vacinal satisfatória registrada no país foi de 96%. A campanha deste ano segue até o dia 9 de maio em todos os postos de saúde. Durante esse período, os idosos também poderão tomar a vacina anti-pneumocócica e a dupla bacteriana, contra tétano e difteria.