PA atende mais de 5 mil pacientes por mês. Casos de urgência e emergência não passam de 20%

De acordo com o levantamento da Sesau, mesmo com a ampliação da cobertura do Estratégia Saúde da Família para 100% da população e contratação de mais médicos para os postos de saúde, cerca de 80 a 90% dos atendimentos realizados no PA não são de urgência e emergência.

“Na maioria das vezes, os casos que chegam ao Pronto Atendimento não são emergenciais. Assim, os pacientes que deveriam procurar um posto de saúde podem prejudicar aqueles que estão em situação mais grave”, aponta o secretário municipal de Saúde, Agamenon Arruda de Souza.

A somatória da grande procura por atendimento no PA e da falta de leitos hospitalares na região, tem resultado em uma situação pouco confortável, tanto para pacientes, como para servidores e gestores: o uso de macas em corredores para acomodar quem precisa de atendimento. “A falta de leitos hospitalares acaba sobrecarregando o PA que, apesar da sua estrutura limitada, não recusa atendimento e acaba acomodando os pacientes, quando necessário, em macas distribuídas pelos corredores. Ali, geralmente ficam pacientes que precisam somente receber medicação e ficar em observação”, salienta Souza

Para dar conta de todos esses atendimentos, consultas, medicação, entre outros serviços, que totalizam aproximadamente 7.800 procedimentos mensais, o município tem investido no PA algo em torno de R$ 600 mil por mês em recursos próprios. O Governo do Estado, por outro lado, contribui com menos de R$ 3 mil por mês, que é valor referente ao número de pequenas cirurgias realizadas no local.

“É um custo alto para um município com um orçamento limitado e que não pode contar com a contrapartida dos governos Federal e Estadual. Isso fez, inclusive, com que alguns municípios da região do mesmo porte ou até maior que Paranavaí optassem por fechar seus pronto atendimentos”, salienta o secretário, que destaca que, só neste ano, o município está investindo quase 30% do seu orçamento em saúde, quase o dobro do que determina a legislação federal.

Reformas e Reparos – Uma das reivindicações dos usuários do PA tem sido a reforma da estrutura física do local. Esta opção, no entanto, é descartada por técnicos da Sesau, uma vez que seria inviável, por representar desperdício de recursos públicos e problemas logísticos.

Assessora da Sesau, Rosana Franco, explica que o município não dispõe de um outro prédio próprio para acomodar a estrutura do PA durante uma eventual reforma e, mesmo que dispusesse, “as obras feitas no local poderiam não ser aproveitadas, pois, dependendo do tipo de serviço a ser oferecido lá, haverá necessidade de derrubar paredes e quebrar pisos”, destaca.

Apesar disso, a manutenção da estrutura física do PA é uma preocupação da administração municipal. Sendo assim, o prefeito Rogério Lorenzetti já determinou que a equipe de manutenção do município realize pequenos reparos no local - que não dependam de licitação -, afim de garantir um espaço adequado para pacientes e trabalhadores.

UPA - O secretário de Saúde estima que a situação da estrutura física e do atendimento deverá melhorar quando estiver concluída a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que está sendo construída ao lado do Hospital Regional. “A UPA tem o co-financiamento do Governo Federal e praticamente vai dobrar nossa capacidade de atendimento dos casos de urgência-emergência”, observa.

Os recursos para a aquisição de equipamentos e mobiliários, cerca de R$ 775 mil, já foram repassados ao município e já a partir do mês de maio a administração da Secretaria de Saúde encaminhará os primeiros editais ao Departamento de Compras para dar início ao processo de licitação. A Secretaria também já designou uma funcionária específica para acompanhar todas as questões burocráticas que envolvem a implantação e estruturação da UPA.