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Foi realizada na noite da última terça-feira (2/12) a palestra que marcou a abertura do Curso do Sistema Manchester de Classificação de Risco. O evento contou com a participação de aproximadamente 40 enfermeiros da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Pronto Atendimento (PA) e, em breve, atuarão na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que deve ser inaugurada no início de 2015.
O Sistema Manchester é uma metodologia científica que confere classificação de risco para os pacientes que buscam atendimento em uma unidade de pronto atendimento. “Com o sistema, a gente não pensa mais em atendimento por ordem de chegada, mas sim por prioridade clínica. [...] Sendo assim, o curso ensina os enfermeiros a entender rapidamente, com perguntas simples, objetivas e diretas, qual o risco que o paciente apresenta de acordo com a queixa que ele chegou. Com poucas perguntas o classificador mede alguns parâmetros vitais necessários e consegue identificar o risco que o paciente tem”, explica Naassom Ribeiro, médico e instrutor do curso.
De acordo com ele, o Sistema de Classificação de Risco (SCR) dispõe de 52 entradas, que se entende por fluxos ou algoritmos para a classificação da gravidade, avaliação esta codificada em cores (vermelho, laranja, amarelo, verde e azul). Os fluxogramas estão agrupados de forma a identificar sinais, sintomas ou síndromes que habitualmente motivam a ida do paciente a um pronto atendimento.
Cada cor de classificação determina um tempo máximo para o atendimento ao paciente. “O vermelho é o atendimento imediato. Ou seja, o paciente mais grave, que está em risco imediato de vida. A classificação laranja é a segunda na linha de prioridade. Esse paciente também tem um risco potencial de vida e deve receber atendimento em até dez minutos. Já o amarelo deve receber atendimento em até uma hora. O verde é um paciente com menor risco de urgência, ou pouco urgente, e pode receber o atendimento em até duas horas, e o azul é o paciente não urgente. Esses dois últimos são casos de pacientes que poderiam estar sendo atendidos na Unidade Básica de Saúde e não no Pronto Atendimento. Já os demais têm um potencial de risco de vida muito grande e devem receber atendimento prioritário”, detalha o médico.
Segundo Ribeiro, o protocolo que será adotado pelo atendimento de urgência e emergência em Paranavaí surgiu em Manchester, na Inglaterra, em 1996. “Desde 1999, outros países do mundo também adotaram o protocolo como uma ferramenta de classificação de risco na urgência. O Brasil adotou a partir de 2007 e, de lá pra cá, 18 estados brasileiros utilizam dessa ferramenta tanto em instituições públicas quanto particulares”, completa.
Treinamento – O Curso de Classificador, que teve início nesta terça com uma palestra geral de sensibilização, tem carga horária de oito horas e será divido em três dias (quarta, quinta e sexta) a fim de não comprometer o atendimento nas unidades de saúde. Cada dia de treinamento vai contar com a participação de aproximadamente 15 enfermeiros.
O curso está sendo conduzido pelo Grupo Brasileiro de Classificação de Risco de Minas Gerais, único detentor dos direitos de implantação do protocolo de Manchester no Brasil, e custou ao município aproximadamente R$ 32 mil, ou seja, um investimento de aproximadamente R$ 800,00 por profissional de saúde.
A enfermeira e Diretora de Planejamento da Sesau, Carla Daniele de Oliveira, explica que ao término do treinamento, os alunos serão submetidos a uma avaliação e receberão a certificação, que tem reconhecimento internacional, aqueles que obtiverem, pelo menos, 60% de aproveitamento. Ela estima que o Sistema de Classificação de Risco deve começar a ser utilizado no município no primeiro semestre de 2015.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social - Prefeitura do Município de Paranavaí