Projeto está desenvolvendo novos hábitos alimentares entre alunos de escola municipal


  

Pesquisas apontam que, no Brasil, os números da obesidade infantil aumentaram cinco vezes nos últimos 20 anos e que a doença já atinge 10% das crianças brasileiras. Pensando nisso, e constatando falhas na alimentação de seus alunos, uma professora de educação física da Escola Municipal Hermeto Botelho resolveu dar início a um projeto que está promovendo a reeducação alimentar entre os alunos e, ao mesmo tempo, estimulando a prática de atividades físicas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

De acordo com a diretora da escola, a partir deste projeto, a instituição passou a ter uma preocupação ainda maior com o que é servido na merenda escolar e passou a cuidar melhor da quantidade que é servida, principalmente para as crianças que apresentam sobrepeso, em Paranavaí
De acordo com a diretora da escola, a partir deste projeto, a instituição passou a ter uma preocupação ainda maior com o que é servido na merenda escolar e passou a cuidar melhor da quantidade que é servida, principalmente para as crianças que apresentam sobrepeso

“Observando os alunos e seus hábitos alimentares, através dos lanches que traziam de casa e as repetições exageradas com a merenda escolar, e sendo visível a obesidade que tomava conta dos estudantes, decidi ajudá-los e procurei uma equipe de multiprofissionais parceiros da escola como nutricionistas, acadêmicos de educação física e psicólogos para contribuir com o projeto”, contou a coordenadora do projeto e professora de educação física, Viviane Pereira.

Segundo ela, já está comprovado que crianças obesas têm dificuldade de aprendizagem e relacionamento, além de problemas com a aceitação do próprio corpo, depressão, hipertensão, colesterol, diabetes, baixa autoestima, entre outros.

“Tornou-se evidente a necessidade de um trabalho que buscasse amenizar estas dificuldades. Além disso, a obesidade, quando se manifesta na infância e persiste na adolescência, se não tratada a tempo, provavelmente se arrastará ate a idade adulta. Por isso, quanto antes detectado o problema, melhor o resultado. E se houver o envolvimento da família neste processo será ainda melhor”, explicou Viviane.

A partir disso, a professora e os 600 alunos da instituição iniciaram, em março, com a autorização dos pais, o projeto “Criança em ação é criança feliz”, que conta com aulas de educação física o envolvimento de nutricionistas que trabalham a reeducação dos hábitos alimentares. Quanto aos alunos com sobrepeso, que na instituição somam 20, está sendo realizado um acompanhamento especial com reuniões semanais e mensais (acompanhados pelos pais) junto a profissionais de psicologia, nutrição e educação física. Estes últimos ainda oferecem atividades físicas extraclasse em pontos de encontro variados, como praças e pista de atletismo.

Nestes últimos quatro meses, a professora alega já ter percebido mudanças no comportamento dos pais, quanto a elaboração do lanche dos filhos, e inclusive um maior interesse dos alunos pelas atividades físicas. “Muitos pais reconheceram falhas na alimentação dos filhos e apontaram que isso, muitas vezes, era uma forma de compensar as crianças pela sua ausência em casa”, analisou a professora.

O resultado também já vem sendo percebido entre os próprios pais. “Em casa, já temos visto e observado os resultados positivos deste projeto, inclusive durante as compras, quando as crianças demonstram interesse em comprar frutas que antes chegava a estragar na fruteira. Além disso, existe o incentivo da prática de esportes, ou seja, tudo veio de encontro com uma necessidade emergente de melhor alimentação durante o crescimento de nossos filhos”, destacou Vera Rodrigues da Silva Liones, mãe de uma aluna.

Entre as crianças, o projeto também já é sucesso. “A nutricionista é legal e ensina a gente a comer com a pirâmide de alimentos e também pesa e tira medidas do nosso corpo”, afirmou João Vitor Gallo de Paula, 10 anos. Já Bruna Ariozi de Souza, 9 anos, disse que começou a comer frutas porque entendeu que precisa de uma alimentação mais saudável.

De acordo com a diretora da escola, Eliane Niehues, a partir deste projeto, a instituição passou a ter uma preocupação ainda maior com o que é servido na merenda escolar e passou a cuidar melhor da quantidade que é servida, principalmente para as crianças que apresentam sobrepeso. “O município tem contribuído muito para o êxito do nosso projeto, pois semanalmente é fornecido frutas, verduras e legumes de qualidade que são distribuídos ao alunos enriquecendo o cardápio do dia a dia”, ressaltou Eliane.

Rompendo as barreiras da escola – O projeto, que começou na escola, agora rompe as barreiras da instituição e começa a dar frutos pela comunidade. Isso porque, um outro grupo, composto por pais e professores, também tem participado de um projeto similar com ajuda da equipe de multiprofissionais. Este grupo, que conta com acompanhamento profissional há dois meses, já perdeu, no total, 28 quilos. “Isso demonstra que uma boa ideia, quando iniciada na escola, também pode ser aplicada com sucesso na comunidade”, afirmou Viviane.

Fonte: Departamento de Imprensa - Prefeitura do Município de Paranavaí






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