Paranavaí tem nova operação para preservar produção comercial de citros


  

Com suporte de agentes da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a Prefeitura de Paranavaí, iniciou nesta segunda-feira (27/1) o corte de todas as plantas cítricas e murta, uma espécie ornamental, no perímetro urbano da cidade. O objetivo é eliminar plantas hospedeiras para o psilídeo transmissor do greening, mundialmente reconhecida como a doença mais agressiva para a citricultura.

Os agentes da Adapar trabalham com o intuito de atuar no caso de resistência dos proprietários.

O Decreto 4.502/2023, com vigência prorrogada em dezembro de 2024, que declarou estado de emergência fitossanitária no Estado, confere à Agência o poder de fiscalizar e garantir a erradicação das plantas hospedeiras sem manejo para o psilídeo em qualquer lugar em que estejam sendo cultivadas e autuar os proprietários resistentes, se necessário.

“Temos a nossa equipe engajada, e estão na atividade por tempo indeterminado para, dentre outras atribuições não menos importantes, executar ações de controle do greening nos 29 municípios circunscritos à Regional da Adapar em Paranavaí”, explicou o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins.

A operação iniciou pelo Distrito de Sumaré, um dos mais populosos do município. Os agentes municipais da Secretaria de Agricultura, do Controle de Endemias, da Secretaria da Saúde e Guarda Municipal, que também têm apoio da iniciativa privada, estão visitando todas as casas para sensibilizar os proprietários a cooperem na realização dos cortes diante da importância da ação.

As plantas retiradas são trituradas e descartadas em local adequado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A estimativa é que as áreas urbanas tenham pouco mais de 3 mil pés de cítricos e murtas. O corte deles visa preservar a grande área de produção comercial de citros, uma das principais atividades econômica do município.

Depois do Sumaré, as equipes farão o mesmo trabalho em outros bairros, dando preferência para as regiões periféricas mais próximas das áreas de produção comercial. Estima-se que pelo menos 5 mil pessoas estão empregadas nessa cadeia produtiva em Paranavaí.

Força-Tarefa – A Adapar, juntamente com outras entidades públicas, industriais e produtores de citros, vem desenvolvendo desde 2023 atividades de forma mais organizada e em força-tarefa para combater a doença e o seu vetor, o psilídeo Diaphorina citri Kuwayama.

Muitas plantas já foram eliminadas desde então, incluindo áreas de produção comercial, onde o manejo continua.

A atual operação começou a ser planejada na semana passada durante reunião do prefeito Mauricio Gehlen com secretários municipais, fiscais da Adapar e representantes da citricultura local.

O gerente regional da Adapar no Núcleo de Paranavaí, Alisson Santos Barroso, esteve pela manhã conversando com os técnicos municipais e passou informações sobre a forma de agir. “O que precisa é conscientização em primeiro lugar. De forma natural, a maioria dos moradores já têm ciência da necessidade da ação. Somente nos casos de resistências começamos a tratar a situação sob a ótica da fiscalização”, disse.

“O proprietário tem a oportunidade da planta ser eliminada pela equipe que está fazendo o trabalho. Não concordando neste momento, ele precisará fazer posteriormente, às suas custas, de acordo com o que determina a legislação”, destacou Barroso.

Sem Cura – Ainda não há cura conhecida para a doença do greening. A erradicação das plantas contaminadas e boas práticas de controle do psilídeo são as alternativas recomendadas. O greening ou HLB (Huanglongbing) é uma praga importante devido à severidade, rápida disseminação e dificuldades de controle.

A doença afeta seriamente as plantas cítricas, principalmente devido à queda prematura dos frutos, que resulta em redução da produção e pode levar à morte precoce. Além disso, os frutos ficam menores, deformados, podendo apresentar sementes abortadas, açúcares reduzidos e acidez elevada, o que deprecia o seu sabor, diminuindo a qualidade e o valor comercial, tanto para consumo in natura como para processamento industrial.

Boas Práticas – Uma das práticas para evitar a doença é o plantio de mudas sadias, de qualidade e oriundas de viveiros registrados. No Paraná, o comércio de plantas por venda ambulante é proibido. O manejo preventivo também inclui o uso de quebra-ventos e adensamento do plantio.

O controle do psilídeo também pode ser feito com a Tamarixia radiata, uma vespa criada em laboratório, incluindo o do IDR-Paraná, cujos ovos servem de alimento para ninfas, eliminando-as.

A boa adubação, irrigação de qualidade e cobertura vegetal também são boas aliadas para o desenvolvimento rápido da planta, reduzindo a exposição ao inseto, visto que a transmissão é mais comum em brotos que em folhas adultas.

As pulverizações em intervalos que respeitam as orientações agronômicas são importantes, prevendo-se uso de inseticidas químicos e biológicos com eficiência comprovada. Também se recomenda rotação dos inseticidas, que devem ser aplicados com todas as técnicas que eliminem possibilidades de deriva.

Fonte: Agência Estadual de Notícias






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