Creas/Sentinela discute combate a pedofilia no município

Creas/Sentinela discute combate a pedofilia no município

Há três anos o programa cuida de crianças e adolescentes e suas respectivas famílias vítimas deste tipo de violência no município. “Não é um prazer estar aqui hoje. Gostaria que esse momento e este problema não existissem. Isso precisa ser trabalhado por cada um de nós, independente da esfera de atuação. Devemos começar por nossa pequena e aparente insignificante cota de participação e que, juntos, possamos conscientizar a todos”, declarou o vereador Gil Júlio, presidente da Câmara de Municipal de Paranavaí.

Na sequência, Meire Lopes, coordenadora do programa divulgou alguns dados estatísticos levantados pela própria entidade. A pesquisa mostra que o programa Sentinela atende hoje 201 casos no município, sendo 61% das vítimas crianças e 37% adolescentes. Os dados apontam ainda que 65% são do sexo feminino e 35% do masculino. Quanto à característica dos agressores, a pesquisa desvenda que na maioria dos casos são os pais (21%) e os padrastos (15%) os principais agressores. O ato de violência segue o mesmo caminho, sendo 65% deles caracterizados como intrafamiliar, ou seja, ocorridos dentro de casa.

Sobre a origem das denúncias, os dados apontam que 51% delas partem do Conselho Tutelar. Também consta no gráfico um número significativo de denúncias feitas por escolas e por delegacias. Com relação a situação dos agressores, apenas 5% estão detidos. Na grande parte dos casos (25%) eles continuam soltos e sem contato com a vítima e 23% deles continuam livres e em contato com a vítima.

Após a apresentação da coordenadora foi a vez da sargento Tânia Guerreiro, do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) de Curitiba, ministrar a palestra com o tema “Pedofilia e perversidade”.

Tânia definiu a pedofilia como um crime que se perpetua no silêncio e por isso a necessidade da denúncia. A especialista, que trabalha há 20 anos com o assunto, disse que 90% dos pedófilos são homens e que apenas 5% deles procuram por ajuda, sem encontrar resultados. Segundo ela, o encarceramento dos agressores ainda é a melhor solução para o problema. O encontro contou ainda com a presença da secretária do Desenvolvimento Social, Marly Bavia, do bispo da Diocese de Paranavaí, Dom Sérgio Colombo, da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do adolescente, Líria Baristieli e Aparecida Eva Flor, conselheira e presidente do Conselho Tutelar.

O evento foi sediado no Cecap (Centro de Atendimento Especial a Criança e ao Adolescente de Paranavaí), uma organização não-governamental que recebe apoio do Governo Federal e do Instituto HSBC solidariedade.