Simepar e Iapar começam operação Alerta Geada nesta sexta-feira


  

A partir desta sexta-feira (8/5) o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) começam a ofertar o serviço Alerta Geada. As informações serão lançadas com 72 horas de antecedência nos sites www.simepar.br e www.iapar.br. Os interessados também poderão receber mensagens por celular ou e-mail cadastrando-se na página do Iapar. O serviço vai até setembro.

O Simepar fará três previsões diárias com base em dados, imagens de satélites e modelos numéricos que possibilitam o acompanhamento das massas de ar frio. "Geralmente as massas têm origem nos polos ou ganham intensidade no Pacífico Sul, deslocando-se em direção ao Paraná", explica o meteorologista Cezar Duquia, do Simepar. As regiões mais atingidas por geadas são a Central, Sul e Sudoeste.

Desenvolvido há 21 anos, o Alerta Geada tem alta confiabilidade: nunca errou uma previsão. Em julho de 2000 o serviço evitou perdas estimadas em 20 milhões de dólares em plantações de café no Paraná. O êxito alcançado na aplicação da meteorologia à agricultura tornou-o referência nacional e internacional para a Sociedade Brasileira de Meteorologia e a International Society of Agrometeorology.

Outras instituições participam da rede do Alerta Geada: Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, prefeituras, cooperativas, associações de produtores rurais, técnicos e profissionais de agronomia.

As comunidades das regiões atingidas, assim como igrejas e escolar, também costumam se envolver na difusão dos alertas.

Benefícios - O principal objetivo do Alerta Geada é prevenir perdas agrícolas, principalmente na cafeicultura. O ar frio pode causar danos irreversíveis às plantações.

Segundo o pesquisador em agrometeorologia Paulo Caramori, "a geada é mais severa nos fundos de vale, porém a forma mais fraca também requer atenção e um trabalho preventivo."

Se a temperatura estiver abaixo de -2ºC, pode ocorrer no tronco a geada de canela. O pesquisador explica que, até seis meses após o plantio, o caule do pé de café pode ser dobrado e coberto com terra por até duas semanas - procedimento conhecido como enterro das mudas.

Até atingir dois anos, o tronco deve ser protegido por até três meses adotando-se a prática denominada chegamento de terra ou amontoa, até a altura do primeiro par de ramos. Após essa idade, os próprios ramos protegem a planta. A parte aérea pode ser podada e regenerada, evitando a perda total da planta e reduzindo o prejuízo.

As previsões são úteis para outras plantações sensíveis a geadas. Para verduras, como alface, almeirão, pepino e tomate, e lavouras de época, como a uva de mesa, o método de proteção mais indicado é o uso de estufas.

No artigo intitulado Alerta Geada: um Serviço aos nossos Agricultores, Caramori apresenta o histórico do projeto e destaca o papel da mídia na divulgação das informações. O trabalho pode ser consultado em www.iapar.br/arquivos/File/zip_pdf/agrometeorologia/2015AlertaGeada.pdf.

Formação de Geada - Tecnicamente, a geada se caracteriza quando a temperatura do ar atinge valores inferiores ao ponto de congelamento, em geral abaixo de 3ºC no interior do abrigo das estações meteorológicas.

Geralmente é causada por eventos meteorológicos - como massas de ar frio provenientes de altas latitudes - e influenciada por outros fatores, como altitude, posição no relevo (espigões ou fundos de vale), faces de exposição do terreno e cobertura vegetal.

Existem três tipos de geada. A advecção é resultante do deslocamento horizontal de massas de ar frio que resfriam as plantas. A radiação, do resfriamento devido à perda de calor por radiação noturna, sempre em noites frias, sem nuvens e em atmosfera calma. E as mistas, que combinam o deslocamento de uma massa de ar frio com a ausência de nuvens em ar calmo, durante a noite.

Quanto ao aspecto visual, as geadas podem ser brancas ou negras. As primeiras são as mais comuns, formando cristais de gelo sobre as plantas, que morrem por congelamento ao ser atingida a temperatura letal para a espécie: -3ºC a -4ºC, no caso do café.

Já as plantas atingidas pela geada negra apresentam aspecto escuro e ressecado, morrendo por congelamento interno devido ao contato com o ar frio e seco.

Fonte: Agência Estadual de Notícias






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