Paraná lança segunda etapa de vacinação contra febre aftosa

A expectativa do secretário é contar plenamente com a conscientização do produtor rural e atingir a imunização em 100% do rebanho de bovinos e bubalinos (búfalos), estimado em 9,5 milhões de cabeças em todo Estado. A primeira etapa de vacinação foi em maio deste ano.

A solenidade de lançamento da campanha foi na fazenda Jacutinga, a 12 quilômetros da sede do município, com a presença do prefeito Pedro Claro de Oliveira Neto e do diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis), Silmar Bürer. A proprietária da fazenda, Dora Pavan Salvadori, iniciou a vacinação do seu plantel com 2.320 animais da raça Nelore.

Com esse ato, o secretário Valter Bianchini declarou o município de Santo Antônio da Platina como capital da pecuária paranaense. Ele disse esperar que os donos das 210 mil propriedades que têm pecuária no Paraná também vacinem seus animais no período recomendado pela campanha. “Com isso o Paraná caminha firme dando saltos seqüenciais de qualidade para atingir seu objetivo que é transformar o Estado em área livre de febre aftosa, sem vacinação”, afirmou.

Dora Pavan Salvadori disse que é fundamental para o pecuarista aderir à campanha de vacinação porque “só assim vamos produzir uma carne com qualidade e sanidade”.

Para o presidente da Sociedade Rural do Norte Pioneiro, João Calomeno, não adianta nada buscar a melhoria da genética do rebanho se o pecuarista não tiver consciência que o investimento em sanidade é a base de tudo.

O secretário Bianchini lembrou que a campanha acontece num momento em que o Paraná está investindo cada vez mais na área de sanidade e da qualidade, por isso conquistou o reconhecimento dos mercados interno e externo. “Agora mais do que nunca o investimento em sanidade e qualidade dos rebanhos é fundamental para o crescimento das exportações de carne bovina”, disse o secretário aos pecuaristas presentes ao lançamento da campanha.

Para ele, o sucesso dessa campanha será um indicativo que o Paraná começa a caminhar rumo a status sanitário de Estado livre de febre aftosa, sem vacinação. Para que isso aconteça, ele pediu o comprometimento dos pecuaristas e dos produtores para que não deixem de vacinar seus rebanhos. Ele frisou que conta com os sindicatos rurais, sociedades rurais, associações de produtores, cooperativas e prefeituras nessa parceria de envolver todos os produtores, mesmo aqueles que têm apenas uma cabeça de gado na propriedade.

Bianchini destacou que a tendência do Paraná este ano é superar em valor o ano de 2005, quando as exportações paranaenses de carne bovina foram suspensas por causa de suspeitas da ocorrência da febre aftosa no Estado. Naquele ano em que as exportações estavam num bom ritmo, foram embarcadas 34,5 mil toneladas que renderam um faturamento de US$ 78,4 milhões. Até o final deste ano está previsto o embarque de 26,1 mil toneladas de carne e o faturamento deve atingir US$ 94,8 milhões.

Conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral), as exportações ainda não atingiram o volume que vinha sendo exportado em 2005, mas o valor em dólar da carne avançou de US$ 2.500 a tonelada naquele ano para US$ 4.000 a tonelada em 2008.

TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO – O secretário Bianchini lembrou que para garantir a sanidade dos rebanhos paranaenses e demonstrar ao mundo que essa política é prioritária no Estado, o governador Roberto Requião vem garantindo vários investimentos no setor. Recentemente assinou um convênio com o Ministério da Agricultura e do Abastecimento no valor de R$ 9,3 milhões que serão investidos na compra de veículos, computadores, mobiliário e demais equipamentos necessários para o funcionamento das 131 Unidades Veterinárias com atuação em todo o Estado.

Outro investimento do governo estadual, disse o secretário, foi no laboratório oficial da Secretaria da Agricultura, o Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, totalmente ampliado em 1.700 metros quadrados e modernizado. O governo do Estado também vai investir na capacitação dos técnicos.

O governador Roberto Requião autorizou o estabelecimento de um convênio entre a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para a realização de um curso de pós-graduação aos médicos veterinários e aos engenheiros agrônomos do sistema de defesa agropecuária do Estado.