Uma conquista histórica para Paranavaí

O reitor afirmou estar orgulhoso por ter feito parte desse arrojado projeto regional. Ele destacou que foi um projeto feito em Paranavaí, por pessoas interessadas no tema. O próprio reitor participou de reuniões na cidade, apresentando a universidade e participando da elaboração da proposta. Ainda para dimensionar a conquista, o professor pede que as pessoas avaliem que se trata de uma instituição federal, de padrão elevado, abrigando centenas de brasileiros com formação de qualidade. Parabenizando as pessoas que se envolveram, o professor lembra que é uma vitória do Paraná, que recebe recursos federais aplicados diretamente na educação em um volume muito representativo.

“É a maior expansão já vista na educação”, reitera, referindo-se ao Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Januário Netto fala das possibilidades da região a partir da conquista da universidade. Ela gera qualificação e renda, atraindo inclusive, investimentos privados na economia e na educação. Para ele, ao longo dos anos a cidade consolida o processo de crescimento da unidade tecnológica. “É uma instituição do povo brasileiro e que continua independente de governos”, comemora, mostrando o arrojo do investimento federal. O reitor concorda que a nova unidade poderá contribuir decisivamente para fixar Paranavaí como um pólo educacional, pois a universidade deve se tornar uma referência.

Doutor na sua área (é engenheiro), o reitor atesta a importância desse empreendimento, opinando que não há outro investimento melhor do que na educação. A característica marcante da instituição tecnológica é estar inserida na comunidade. Na prática, significa que a vocação regional é determinante para apontar os caminhos da formação dos jovens e da própria produção de conhecimento. O professor informa que faz parte da vocação institucional fomentar que os alunos sejam geradores dos seus empregos e criem ainda outros postos de trabalho. “Instituição deve estar ao lado da sociedade. Caso contrário, vira uma ilha”, exemplifica. Significa que a universidade é também um agente do desenvolvimento econômico. O engajamento da cidade e da região permitiu que o município fosse incluído nesta fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação profissional e Tecnológica, que integra o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação).

O projeto local superou a proposta de cidades como Foz do Iguaçu e Jacarezinho, ganhando prioridade de implantação para 2008. O critério foi técnico, levando-se em conta ainda as contrapartidas oferecidas pelo município. O fato de ser pólo de uma região também contou pontos a favor de Paranavaí. A cidade disponibilizou dois terrenos, sendo um na BR-376, próximo ao trevo de acesso pela Fafipa e outro no Jardim Oásis. Ainda nas contrapartidas, uma série de benefícios das iniciativas pública e privada. Dentre elas, doações de R$ 170 mil e R$ 100 mil (em equipamentos), oferecidas pela ALCOOPAR e pela ACIAP, respectivamente. As forças políticas estiveram integradas nesta ação coordenada por Paranavaí, destacando-se o apoio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; do então chefe de gabinete, hoje secretário de Planejamento do Paraná, Ênio Vérri; do deputado federal André Vargas e outras lideranças do PT (Partido dos Trabalhadores), bem como da região, coordenada pela AMUNPAR – Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense. A iniciativa de pleitear uma unidade federal para Paranavaí surgiu numa reunião da AMUNPAR (então presidida pelo prefeito Walter Romão), em Paraíso do Norte. Naquela oportunidade o ministro Paulo Bernardo participava do encontro, quando o prefeito de Paranavaí, Maurício Yamakawa, sugeriu uma integração regional para pedir uma escola tecnológica com o perfil da UTFPR. Começa ali o engajamento regional, que culmina com a conquista de toda a comunidade do Noroeste.