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Na próxima quarta-feira, dia 12, às 20h, na Casa da Cultura de Paranavaí, o Projeto Mais Cinema, iniciativa da Fundação Cultural, apresenta Terra de Ninguém, do cineasta bósnio Danis Tanović. O filme sobre a Guerra da Bósnia foge do romantismo hollywoodiano e retrata a hipocrisia e o despropósito de um conflito em que não existem heróis.
A estória gira em torno de dois inimigos naturais; o sérvio Nino (Rene Bitorajac) e o bósnio Ciki (Branko Djuric) que se perdem de seus agrupamentos e vão parar na “terra de ninguém”; uma área que não pertence a nenhuma das nações envolvidas na guerra, e pode receber tanto uma investida militar dos sérvios quanto dos bósnios. O que torna a situação deles mais delicada é a presença do bósnio Cera (Filip Sovagovic) que, ferido, foi colocado sobre uma mina por soldados sérvios.
O fato da mina ser de fabricação estadunidense, pode ser interpretado como uma curiosa metáfora da falta de empenho dos EUA, maior símbolo do ocidente contemporâneo, e país que já detinha maior apelo junto a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo armistício.
Enquanto a carnificina prossegue ao redor da “Terra de Ninguém”, Nino e Ciki são obrigados a estabelecerem uma relação de mutualidade, iniciada com a tentativa de
desativar a mina sobre a qual Cera repousa. O absurdo da situação cria uma atmosfera cômica, em que os protagonistas trocam favores enquanto tentam encontrar meios de eliminarem um ao outro.
Entre as cenas de destaque está uma em que o representante da ONU tenta negociar medidas com o alto escalão para tirar os dois soldados da zona de perigo; o pedido é ignorado. Em outra, Tanović explora o telejornalismo de mercado, em que uma repórter, na tentativa de se tornar famosa, tenta gerar animosidade entre Nino e Ciki enquanto o idealista da ONU faz o possível para ajudá-los, mesmo sem o consentimento dos superiores.
No mais, “Terra de Ninguém” é um filme de caráter pacifista, que explora o paradoxo da violência e mostra o quão uma guerra pode ser vazia em sentido.
O Projeto Mais Cinema é gratuito e oferece pipoca e refrigerante para o público. Ao final de cada exibição, o jornalista David Arioch faz uma análise do filme e inicia o debate. O projeto tem apoio da Abdallah Produções, Refrigerantes Garoto e Euro Comunicação.
Censura: 16 anos
Fonte: Fundação Cultural de Paranavaí