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Na próxima quarta-feira, dia 6, às 20h, na Casa da Cultura de Paranavaí, o Projeto Mais Cinema, iniciativa da Fundação Cultural, apresenta Gummo, filme-ícone de um dos baluartes do cinema marginal norte-americano: Harmony Korine. A obra é uma prova cabal de que Hollywood é apenas um universo de fantasias. No filme de caráter documental, a miséria e a defasagem intelectual tão vinculada aos países subdesenvolvidos também são problemas nos Estados Unidos, considerado a maior potência mundial.
Gummo gira em torno de Solomon (Jacob Reynolds) e Tummler (Nick Sutton), dois adolescentes de Xenia, Ohio, que ganham a vida matando gatos, depois vendidos a um restaurante chinês. A partir dos protagonistas, reféns da mediocridade humana, Korine apresenta outros personagens, igualmente degradantes, em fragmentos bem estruturados. Todos se fecham em um pequeno mundo, onde fica evidente um sentimento coletivo de conformismo.
A pobreza intelectual também é abordada de forma crua e triste, exemplos são os momentos em que os personagens dialogam aleatoriamente, sem refletir. Expressam-se pelo instinto e ignorância, anulando a racionalidade que tanto caracteriza o homem contemporâneo. Em Gummo, o conceito de beleza é distorcido, e os habitantes de tal realidade disforme aprendem, por força da convivência, a admirar o que é feio. Em uma das cenas, um mundo caótico é representado pela natureza por meio de um tornado; mais adiante, a desordem no interior da casa de Solomon ressalta o caos humano. Ou seja, em grande ou pequena proporção, nada naquele universo aspira à civilidade.
O Projeto Mais Cinema é gratuito e oferece pipoca e refrigerante para o público. Ao final de cada exibição, o jornalista David Arioch faz uma análise do filme e inicia o debate. O projeto tem apoio da Abdallah Produções, Refrigerantes Garoto, Euro Comunicação e Serviço Social do Comércio (Sesc).
A Censura é de 18 anos.
Fonte: Fundação Cultural de Paranavaí